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sábado, setembro 02, 2006

Aos Quatro Pioneiros




AOS QUATRO PIONEIROS


É um especial Agosto
O sol brilha além
O céu está azul, desmedidamente
Pintado de laivos dourados,
Cheiros conhecidos, inolvidáveis exalam
Enquanto os ramos das casuarinas se abraçam.

No oceano da minha imaginação chega um veleiro original
Que quatro timoneiros comandam
As velas desfraldam
Dum naufrágio que vingaram.

Estão de lágrimas molhadas
A proa mostra o pó de cinzas de amargura
Na magia de sonhos
Tantos sonhos ao céu voando.

Feridas sangram
Os lados do veleiro tingindo
De doridas recordações
Emoções, muitas emoções
De vidas da vida que foi vida.
Olhem…
Recordem
Com olhar penetrante os rostos com pálida alegria
Vendo que a sua obra permanece
Que ninguém a esquece

Do Norberto “Patalim” a impar generosidade
De Mário Leitão a vontade
Do Carlos Alves a solidariedade
Do Zeca Baulete a bondade.

Vocês são as imagens
De ânsias de mais céu
Fome de mais mar
Do nada quiseram renascer
Golpeando a cruel distância física traçada
Numa dolorosa saudade

Todos unidos aqui estamos
A vossa obra prosseguindo
O livro da vida folheando
Pois é somente pela vida
Que ainda é possível escrever.

Longe não estão
Sempre perco ficarão
Norberto, Carlos, Mário, Baulete
Nunca serão miragens
Mas retratadas imagens
Que um dia, na curva para outra vida
Vos iremos encontrar
Abraçar
Além
Naquele misterioso além
A vossa obra ao ar atirada
Foi semente que na terra caindo
No mar fluindo
Até ao céu chegar
Formam as cores do arco-íris
Que a vossa persistência criou
Ao alto chegar
E finalmente vingou

Por tudo o que vos devemos
Deste arvoredo nas ramagens
O nosso muito obrigado
Entoará a mais bela melodia
Desta obra feita de amor e magia.



Maria Teresa da Ressurreição

poema declamado durante a homenagem prestada aos fundadores da ADIMO,
nas Caldas da Rainha aos 7 de Agosto de 2005

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